sexta-feira, 8 de junho de 2012

Adoro manhãs frias e ensolaradas! 
Lavo a roupa e o varal balança ao vento e eu gosto de pensar que é uma forma da poesia me dizer" bom dia"!
A dança da vassouras, milhares de partículas de poeira contra a resga de sol estourando em milhares de arco íris, a música jorrando das caixas falantes, as plantas brilhando como se sorrissem, gotinhas de madrugada evaporando, o sol lambendo calmamente as folhas verdes.Lascívia.
Bichos felizes.
Eu feliz somente por já ter amanhecido.
Sempre amanhece.
Sempre.
Tatiana Rocha

terça-feira, 3 de abril de 2012

ausência de Vinícius

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinícius de Moraes

A Flor

Ensaio do espetáculo "A Flor''

Batida

Cada porta que bate em minha cara, outra direção, por incrível que pareça bem mais feliz.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

ausencia

ausência, toda essa;
toda essa, ausência;
ela que chega, ausência
que senta, fica, se instala
nessa ausência; lembro,
chego, existo, falo
nessa ausência constante,
distância, distante
ausente, pensamentos
isolamentos, a ausência
sem cura, segue, sem curva
agarra, larga, agarra ausente;
nesta ausênciamente, cadê a mente?
que pensa, se apavora, se expressa
no corpo, o todo, o desejo
e a vontade, quem me derá
se antes de toda essa baderna
eu tivesse você tão perto
quanto uma viela;
ausente, no contexto de toda cama
a fronha, o berço, o lenço
só, sozinho, nunca junto;
buraco fundo, e o mundo, sendo outro mundo,
ausencieis outras palavras
pois já cansei dessas;
ausente, agora e nunca e nem jamais pra sempre!

"Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se m...ostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir… Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome. “

Clarice Lispector

quinta-feira, 30 de junho de 2011

ser felizzzz


Ser feliz

A felicidade
O brilho nos olhos
parece tão distante
Mas só será se eu permitir
Chega de guardar!
Chega de fingir!
Dentro do que realmente se quer...
Só dizê-lo se assim for quando necessário...
E se faz presente, principalmente na realidade...
Eu quero o que?
Definitivamente, ser feliz...
Talvez eu brigue uma vida inteira para tal. Ou não.

ultimos dias de morte...

De todos os dias de morte,

Morte tão imensa que chega no topo,

Vou em todos buracos,

Olho todos eles,

Lentamente,

Derrubo todas as tentativas dos mais enegrecidos buracos,

Que me carregam para os mesmos lugares, onde eu não quero ir, não quero estar, não devo estar...

Ranascimento,

O vento atrasado corre pra trazer esse o maior desejado,

que não aparecia em nenhum dos buracos...

na incansável espera,

sigo inquieto e quase gritando sobre as mortes de todos os dias..

O tempo agora é de renascer!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

a praça no amanhecer...

...Aqui estou, só e numa praça...
Enxergo as pessoas, os desenhos da flores e dos meus pensamentos que andam
tão rabiscados e sujos de tintas que não escolhi mas que ainda consiste de
muitas esperanças.
Penso em ideais, no engano de mim mesmo faço descobertas, ainda tenho medo do
que vem depois. Agora busco luz. Uma luz que tá em mim e eu perdi. Nem sei quando foi
e que precisa acordar!

das placas que não me interessam....

...A cena no banco da praça se repete, olhares, cheiros e todas as placas
da cidade nos postes que só mostram o que não me interessa...